segunda-feira, dezembro 28, 2020

Ontem de manhã.

Então eu estou lá, fazendo não sei exatamente o quê, quando bato o olho na garrafa térmica colocada na mesa da sala de jantar uma meia hora antes e me lembro:

- AMOOOOR!!!! A mamãe coou café, você quer?

- Sim! - ele berra lá do quarto.

Eu então vou pra cozinha, tomo um pouco de água, volto para a sala, faço festa para a Mimi que está toda fofa no banco, olho pra uma postagem de facebook que apareceu no celular, vou outra vez para a cozinha tentando recordar o que eu precisava fazer lá, volto mais uma vez para a sala porque continuo não tendo a menor a ideia do que eu queria na cozinha, olho para as orquídeas do meu pai lá fora, para a borboleta voando, para o Pipoca enrolado todo amuado no sofazinho e nem dando bola pra borboleta que voa acima dele porque está chuviscando e ele não gosta de manhãs cinzentas. Meu celular vibra na mesa e vou checar uma mensagem que me mandaram. Consigo lembrar que eu queria ir à cozinha para pegar uma xícara pro café do Vagner, largo do celular e vou pra lá, tomo outro copo de água, volto sem a xícara e começo um papo sobre coisas aleatórias com a mamãe, que está por perto.

Meia hora depois, finalmente me toco que ainda não dei café pro meu marido e vou lá levar pra ele. E também percebo que talvez o fato das minhas manhãs voarem sem eu ter feito praticamente nada não seja por culpa do meu vício em séries coreanas, mas sim por eu ser ligeiramente distraída.

Projeto para o próximo ano: tentar manter o foco e ser mais objetiva em relação ao que preciso fazer.

Se eu me lembrar, é claro.

Ah, esse Face...

(Postado originalmente no FB em 27/12/2020)


Coloquei ontem à noite a fotografia das pizzas que pedimos para ilustrar a minha postagem, feita apenas aqui no Facebook.

A minha conta do Instagram ficou com inveja e resolveu me bombardear com anúncios de todas as pizzarias da região.

Aí eu abro novamente o Facebook e percebo que ele preferiu investir em sugestões que me proporcionem uma alimentação mais variada: a cada duas postagens do meu feed, a terceira é propaganda de cerveja, mortadela, salada, carne pra churrasco, restaurante do ifood, bolo de caixinha ou cereal matinal - com um anúncio da Johnson & Johnson perdido lá no meio, provavelmente para o caso de eu precisar de remédio pra indigestão.

Por isso que eu digo: se você não pode se livrar dos algoritmos de suas redes sociais, procure ao menos se divertir com eles.

Boa de Papo

Postada originalmente no FB. em 26/12/2020

Quem me conhece sabe que, ao contrário do que parece aqui na internet, sou uma pessoa tímida. Com o passar do tempo e a chegada da meia-idade fui ficando menos envergonhada, então se conversam comigo eu até respondo e eventualmente tagarelo bastante, mas daí pra eu chegar em um desconhecido para puxar um papo sem parecer forçado provavelmente levarei a outra metade da minha vida pra aprender.

Já a minha mãe não só nunca teve dificuldade como consta que em sua infância lá em mil novecentos e bolinha ela conseguia bater papo com a bilheteira do cinema. Não a que ficava na catraca para receber os ingressos, deixemos bem claro, mas sim a moça que vendia os bilhetes no balcão.

Nosso hábito, e diversão, é tentar descobrir em quanto tempo a mamãe vai levar para saber o nome e toda a vida da vendedora de uma loja ou do cara do açougue - geralmente uns cinco minutos. Todo mundo a adora pois, se lá em São Paulo a mamãe já adorava bater um papo, aqui no interior ela consegue até dar conselhos de casamento pro pessoal da loja de meias.

Infelizmente a pandemia trouxe o isolamento, mas Dona Nina Maria se adaptou e agora já fez amizade com os entregadores do Hortifruti, do Mercado, da Farmácia, e também com os atendentes para quem faz os pedidos. Volta e meia me conta por telefone das suas conversas com a Nilza - dona da pizzaria na qual fazíamos a maior farra cada vez que íamos comer por lá - e de toda a alegria por eles terem resolvido manter sistema de Delivery, pois, além de Nilza & Família serem realmente muito bacanas, eles fazem a melhor pizza de Vinhedo. Uma vez que meus pais procuram permanecer confinados, a cada dois sábados eles ligam pra lá e pedem pra entregar e, como estamos por aqui depois de dez longos meses, além de matar saudades dos meus pais e dos gatos também estamos matando saudades da pizza que - repito - é a mais gostosa de Vinhedo e provavelmente de São Paulo.

Então ontem eu estava perguntando se o sistema lá da Buona Delivery era rápido.
- Ah - o papai suspirou - geralmente demora.
- Pra eles entregarem? - perguntei.
- Não, a entrega é rápida - ele respondeu. - Mas sua mãe leva mais de vinte minutos só pra fazer o pedido!

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A tempo: enquanto catava milho no tecladinho daqui do celular, deu o tempo exato da mamãe papear com a Nilza enquanto fazia o pedido e deles entregarem as nossas pizzas para eu poder fotografar pra ilustrar esta postagem.


Fiscal da Vida Alheia

A frustração estampada na fisionomia de Mimi, a Gata, que não encontrou nada de interessante na rua para poder fofocar. (Ou, como minha amiga Natacha marins sugeriu lá nos comentários do Facebook, ilustrando os tempos atuais: "- Luciana, nem te conto que a vizinha saiu sem máscara!")

 

Tirando as teias de aranha...

Este meu canto está mais abandonado que castelo mal-assombrado, admito.

Eu poderia colocar a culpa na correria, ou no trabalho, ou em outros projetos, ou nas preocupações da vida, ou na falta de comentários que assola os blogs em geral, etc., etc., etc., mas não farei isso porque só existe um único motivo para isso: preguiça.

Maaaaaaaas... depois de séculos de criatividade zero, o mosquito-escritor resolveu me picar e a comichão de falar sobre qualquer assunto começou a ficar cada vez mais forte.

Voltei a escrever lá no Facebook.

E de repente percebi que no próximo ano o ...EEEPA!!! completará a maioridade e, se eu não quiser que meu blog se rebele e resolva me pedir um carro ou me abandone à procura de alguém que o trate melhor, é bom eu começar a lhe dar a devida atenção, mesmo porque o que a gente posta lá no Facebook acaba soterrado por trocentas coisas após algum tempo e, se você não receber um lembrete sobre algo que escreveu há dez anos, corre o risco de nunca mais encontrar.

Então, voltarei ao hábito de colocar por aqui tudo o que publicar por lá e vice-versa, começando pelas postagens que fiz por lá nos últimos três dias.

E vamos nessa, na esperança de que essa vez eu desenvolva uma rotina que me permita continuar.